domingo, 13 de novembro de 2011

O esporte Na mídia ou esporte Da mídia?

Pelo fato da mídia não focar o esporte como cooperação, auto-conhecimento, meio de socialização e etc, mas focar principalmente na  relação entre vitória e derrota, vencedor e perdedor, bom e ruim, apto e inapto e etc, Mesmo sabendo que no meio esportivo, a competição e uma certa agressividade fazem parte, podemos concluir que o esporte que está hoje em dia na mídia é o esporte da mídia.

O esporte da mídia é sempre mediado pelos olhares interessados dos diversos meios, dentre os quais destaca-se a televisão, a mais híbrida de todas as mídias, “que absorve e devora todas as outras mídias e formas de cultura”
(Santaella, 1996, p. 42).

Como podemos definir o esporte da mídia?

A mídia preza por alguns aspectos como a “ falação esportiva “ Que é aquela que é responsável por informar e atualizar além de criar expectativas, “ quem vai ganhar, quem vai perder, quem é o melhor, qual será o placar, cria polêmicas, constrói rivalidades e etc.

A monocultura esportiva, quando a mídia decidi por dar mais espaço há algum esporte, há um bombardeamento de falação esportiva sobre essa modalidade, que no caso do Brasil é claramente o futebol, temos na própria televisão programas esportivos voltados unicamente para o futebol, este é um exemplo claro de monocultura esportiva.

O poder da linguagem audiovisual é maximizado na TV por assinatura, na qual o esporte pode apresentar-se como pura imagem (Betti, 1999), o que se justifica no processo de espetacularização, porque a  televisão busca atingir a emoção do espectador, e não a razão. Do outro lado da moeda, o discurso das mídias em geral  propõe uma concepção hegemônica de esporte: esforço, Busca da vitória, disciplina, dinheiro. O preço que se paga pela espetacularização do esporte é a fragmentação e descontextualização do fenômeno esportivo.

Os eventos e fatos são retirados do seu contexto histórico, sociológico, antropológico. A experiência global do ser-atleta é fragmentada. No caso da televisão, a descontextualização é mais sutil, e o telespectador é vítima de uma ilusão: julga que está observando a realidade diretamente, como se a “tela” fosse uma “janela”, Quando na verdade, há diferenças profundas na experiência de assistir ao esporte como testemunha corporalmente presente nos estádios e ginásios e na sala de estar, pela TV. 

Prevalência dos interesses econômicos. A lógica das mídias, em última instância, atende a interesses econômicos, entronizando na televisão os índices de audiência, e criando assim um círculo vicioso: os produtores pressupõem o que o público (que é visto como homogêneo) quer, e só lhe oferecem isso, portanto, não podem saber se o público deseja outra coisa. 

Novidades aparecem, mas sempre sobre os mesmos temas e sob as mesmas formas.

Como não há opções, o público reafirma a audiência das “fórmulas”tradicionais. Daí a mesmice da cobertura futebolística, por exemplo. A pobreza de conteúdo na  TV brasileira é cada vez mais evidente, mesmo com o artigo 221 da Constituição brasileira determinando que a produção e a programação das emissoras de rádio e televisão deverão conceder prioridade a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.



Como seria se o esporte da mídia fosse na verdade fosse o esporte na mídia?

*Cobertura de várias modalidades esportivas, inclusive as que ainda são predominantemente amadoras;

*Presença de informações/conteúdos científicos (biológicos, socioculturais, históricos) sobre a cultura esportiva;

*Análises aprofundadas e críticas a respeito dos fatos, acontecimentos e tendências nas várias dimensões que envolvem o esporte atualmente (econômica, administrativa, política, treinamento, tática etc), considerando o
passado, o presente e o futuro;

*As vozes dos atletas (profissionais e amadores) enquanto seres humanos integrais, e não apenas como máquinas
de rendimento, nos falando sobre a experiência global de praticar esporte.


Resumo do artigo de Mauro Betti, O esporte na mídia ou o esporte da mídia?

Um comentário:

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